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terça-feira, 3 de julho de 2012

COTAS SOCIAIS


EDUCAÇÃO

DEM diz que critérios sociais para cotas são mais eficazes por serem 'objetivos'

Partido entrou com ação judicial junto ao STF para julgar cotas étnicas inconstitucionais
Publicado em 02/07/2012, 08:23
Última atualização às 08:23
  
Estipular cotas em universidades públicas usando critérios ligados a classe social – como renda mínima e formação em escola pública – é mais benéfico para os negros que as cotas raciais. Isso porque esse critério “permite que você inclua exatamente os negros que mais precisam: os pobres”, avalia a advogada Roberta Kaufmann, que moveu uma ação pelo partido Democratas contra o projeto de lei que cria cotas étnicas.

Em 2009, o partido entrou com uma ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar inconstitucional o Projeto de Lei 180/2008, que prevê reserva de vagas em universidades federais para estudantes negros e indígenas. Em abril a unanimidade dos ministros reconheceu a constitucionalidade das cotas.

Confira a entrevista da advogada na íntegra.

Qual o principal argumento para julgar as cotas raciais em universidades públicas como inconstitucionais?

O problema na verdade é que raças não existem e isso ficou provado depois da decodificação do genoma humano, que foi realizada em 2003. Essa idéia de classificação racial, que permeou a humanidade por muitos séculos, em vez de diminuir o racismo acaba incentivando a crença no mito da raça.

No entanto, o percentual de negros graduados no ensino superior é bastante inferior ao de brancos, ficando em 3,27% contra 10,12%.

Sim, por isso sou a favor de ações afirmativas para integrar a minoria, reconheço existência de racismo e de preconceito no Brasil, mas avalio que a cota racial não é o melhor caminho para superar a questão.

E qual seria o meio mais eficiente de garantir a inclusão?

Aqui no Brasil podemos fazer essa integração dos negros – que é necessária, porque existe uma correlação clara entre pobreza e cor de pele – por meio das cotas sociais, que inclusive são mais eficazes aos negros que as raciais. Isso porque a cota social não estimula a crença no mito da raça e permite que você inclua exatamente os negros que mais precisam de ação estatal, que são os negros pobres.

Uma pesquisa recente da associação dos dirigentes de ensino da UnB [Universidade de Brasília, que adota política de cotas raciais] mostrou que o número de alunos pobres não aumentou. Então essas cotas beneficiaram um pequeno grupo de negros de classe alta que não seriam aqueles que mais precisariam de ação estatal.

Esse seria o maior benefício de se adotar cotas sociais ao invés de raciais?

Entre outros, como o fato de se trabalhar com critérios objetivos para identificar os beneficiados, como renda mínima ou formação em escola pública, sem o risco da racialização da sociedade. Em um país miscigenado como nosso definir quem é o pardo e o moreno gera dúvidas, esse tipo de escolha é uma loteria desnecessária.

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