Responsabilidade na parte que nos cabe na construção do progresso do Brasil, independentemente de cor, credo, profissão e posicionamento político.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mídia e Processo - Caso Araguaia

Recebi email de um jornalista da revista Época, faz uns 10 dias, pelo qual o repórter perguntou se seria eu o autor da ação que obteve a medida liminar que impediu o pagamento das indenizações aos campesinos do Araguaia. Respondi que sim, antes mesmo de saber qual seria o seu interesse no assunto. Me coloquei à disposição para esclarecer eventuais dúvidas, deixando claro que, ao despachar com o juiz para conseguir a liminar, informei que a ação não tem cunho político, mas, sim, social.
O objetivo da ação é, tão somente, apurar a irregularidade do ato, razão pela qual invoquei a presença do Ministério Público Federal no feito.
Infelizmente, de sua parte, obtive, somente, a resposta de que iria publicar uma “nota” na edição on line; não houve maiores detalhes do trabalho que seria feito.
Ao ler a tal “nota”, minha decepção foi explícita, considerando que a revista perdeu uma oportunidade primorosa de informar à população que pessoas “comuns” podem combater atos irregulares da Administração Pública http://migre.me/dJDA.
Nós, do povo, podemos combater atos de ilegalidade, de imoralidade, combater a corrupção sem a necessidade, sequer, de um advogado. Qual a razão de ficar esperando um membro do ministério público agir? Para quê aguardar a mídia investigar as incontáveis falcatruas praticadas por grande parcela da classe política?
Insisto, sou autor popular tanto desta ação quanto à do caso Lamarca. Advogo em vários processos contra atos irregulares da Administração.
A decisão liminar foi obtida em setembro, mas, somente agora, o assunto interessou a algum seguimento da mídia que optou por destacar que assessoro um parlamentar de extrema direita, ao invés de valorizar sua função social de informar. A verdadeira missão da imprensa, mais que a de simplesmente informar e divulgar fatos, é a de difundir conhecimentos, disseminar a cultura, iluminar as consciências, canalizar as aspirações populares. Dever-se-ia priorizar a orientação da opinião pública no sentido do bem e da verdade.
Não ficou clara – pelo menos para mim – a relevância de mencionar o nome de qualquer político, seja este qual for, em uma ação de natureza totalmente ideológica que visa combater atos que entendo irregulares no âmbito da Comissão de Anistia. Quem está fiscalizando os pagamentos aos supostos anistiados? Quem verifica a situação de cada um? Quem verifica os critérios? Até “caravanas” existem para que se façam os pagamentos.
Como dito, o jornalista teve ciência de que a ação não tem cunho político. Logo, não deveria ser vinculada a qualquer agente político, uma vez que não há políticos no processo. A partir desta informação, divulgada equivocadamente na mídia, corro o sério risco de perder a liminar conquistada, uma vez que, dada publicidade de uma maneira deturpada, vinculando-a a um seguimento político, certamente haverá influência no julgado, seja esta positiva ou negativa.
A Justiça vai decidir se estou certo ou não e o ministério público irá apressar a produção das provas, conforme o pedido inicial, assim como na ação do terrorista Lamarca, que segue seu curso normal.
Enquanto isso, como CIDADÃO, continuarei atento e ajuizarei quantas ações entender necessárias para que tenhamos um país mais justo e mais humano, combatendo o que entendo estar errado com as armas que possuo, que são a caneta, o papel e a vergonha na cara, independente de “cargo” ou vinculação política.
Ah! Falando na ação do Araguaia, os autos estão de posse do Ministério Público Federal para que emita parecer. Quem tiver interesse em acompanhar, já que não há mais razão para omitir a ação, seguem o link de acompanhamento na página da Justiça Federal http://migre.me/eJTA e a petição inicial do lado direito do blog.

3 comentários:

Eduardo disse...

Continua JH! Continua que a verdade e a justiça prevalecerão

Arnaldo disse...

A imprensa brasileira tem complexo de vira-latas. Exemplo pouco aplicável, embora didático, do que isto significa, mas, temos exemplos a cada dia, basta ler jornal.
Parabéns pela cotagem.

Toninho disse...

João,

Cada vez sinto mais orgulho de ser teu amigo. Parabéns!

Abraços

Toninho

IMPORTANTE

Senhor Jornalista, a imprensa deve atribuir responsabilidades às autoridades. Caso contrário, será apenas uma omissa medíocre exercendo a função de relações públicas daqueles que afundam o país. Pense nisso!