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terça-feira, 15 de março de 2011

CONFORME AFIRMADO NA JUSTIÇA E NO BLOG... RAÇA NÃO EXISTE!

O editorial do jornal O Globo, em que pese ser de fevereiro, ratifica tudo aquilo que defendemos nos processos judiciais.
É singelo, mas vale a leitura.

Genética derruba teses racialistas
Editorial O Globo, 19 de fevereiro de 2011

Estruturada sobre “raças”, a sociedade americana foi bastante permeável à adoção de critérios de cor no preenchimento de vagas nas escolas e no mercado de trabalho, política gestada em meio ao movimento pelos direitos civis, no pós-guerra. Enquanto democratas liberais — de tendência esquerdista, na terminologia política americana — se juntavam a movimentos arrebatadores como o de Martin Luther King, na luta contra o odioso racismo, era preparado terreno para a criação de um amplo sistema de cotas como recompensa aos discriminados em função da cor da pele, na escola e no emprego. Mesmo o republicano ultraconservador Richard Nixon atuou bastante na construção deste modelo.
O conceito de recompensa por um mal cometido no passado inspirou grandes instituições privadas de benemerência, bastante comuns nos Estados Unidos, a exportar esta visão de mundo. A mais conhecida delas é a Fundação Ford, muito ativa no Brasil em apoio a propostas racialistas.
Uma grande impropriedade nesta importação do ideário racialista pelo Brasil são as diferenças históricas na prática da escravidão nos dois países. Aqui, até negros eram senhores de escravos, além de ter ocorrido grande miscigenação. Nos Estados Unidos, houve o oposto.
Além de ser discutível, no Brasil, a ideia da reparação histórica, até mesmo a definição de branco, preto, índio etc é impossível de ser feita no país, devido a esta mistura “interracial”.
E o que sempre foi perceptível a uma simples observação nas ruas ganha base na ciência com a pesquisa coordenada pelo geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas, publicada na revista científica “PloS”.
A principal conclusão do levantamento da ancestralidade genética do brasileiro é a impossibilidade de ele ser definido como branco, negro, índio ou o que seja. A herança europeia, inclusive, chega a ser maior que a africana e indígena. Mesmo na Bahia, 53,9% dos negros têm ascendência europeia. Há várias informações irrefutáveis na pesquisa que sustentam a certeza de que a histórica, e bem-vinda, miscigenação brasileira é obstáculo intransponível à execução de políticas racialistas no país.
Não bastasse o conceito de raça não ter base científica — existe apenas a raça humana—, também não se sustenta a denominação “afrobrasileiro”. Sequer o traço genético do índio é muito presente no país: no Norte, onde ele é mais observado, sua participação na ancestralidade da população é de apenas 19%.
Não se justifica qualquer política social no Brasil que se baseie na cor. Não se deve importar tensões raciais que nada têm a ver com nossa História, por motivos óbvios, e as cotas sequer têm base na ancestralidade genética da população. Outra defesa do regime de cotas — além da tal reparação histórica — é a da redução das desigualdades sociais. Aqui há outro equívoco: há bastante negros na escala social inferior não porque sejam negros, mas por falha nas políticas públicas de apoio aos pobres como um todo. Então, o melhor caminho para resolver as disparidades sociais é o combate firme à pobreza, sem considerar cor de pele. Também a genética dá sustentação a esta política.

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