Responsabilidade na parte que nos cabe na construção do progresso do Brasil, independentemente de cor, credo, profissão e posicionamento político.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

REFLEXOS DO DESPREPARO NO PODER


Manifestação pacífica que resultou em agressões físicas e verbais dos militantes da esquerda

O episódio de agressão ao candidato do PSDB envolvendo um petista derrotado nas urnas e sua gangue de “mosquitos” foi lamentável. Reflete bem o espírito daqueles que jamais deveriam praticar a militância política. Mas, considerando que são líderes e formadores de opinião irresponsáveis que instigam os mais bárbaros a perpetrar atos dessa natureza, impensável ansiar modo diverso.

Em manifestação na Praça da Cinelândia, cerca de três meses atrás, "prestigiando" comício realizado para lançamento da campanha de Dilma Rousseff, o deputado Bolsonaro foi agredido por militantes da esquerda com bandeiras e faixas, de maneira covarde – assim como Serra, ontem.

O Professor IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, em seu livro Uma Breve Teoria do Poder, o qual recomendo àqueles que buscam ter uma idéia melhor do que ocorre na política hoje em dia, tece instigantes considerações sobre as relações do homem com o poder. O livro, como seu título sugere e como se poderia esperar, considerando o autor, é uma interessante análise do fenômeno que se propõe a avaliar nesse processo.




No capítulo “Despreparados Como Nova Via”, o Professor discorre sobre o comportamento usual de pessoas despreparadas – ou mal intencionadas, pode-se considerar – quando alcançam posições de domínio sobre outros. Vejamos:

“Os despreparados também desejam o poder. Seu grande problema é, à evidência, o despreparo. Quanto mais despreparados são – quando mordidos pela mosca azul do poder político – tanto mais denodados se mostram em ambicionar o poder, na certeza de que as injustiças sociais e a corrupção endêmica necessitam de salvadores da pátria como eles. São tanto mais messiânicos quanto mais ignorantes e tanto mais voltados à demagogia – que espalham -, quanto mais analfabetos! Sua incultura enciclopédica fá-los almejar a totalidade do poder para exercer plenamente suas idéias – quando as têm -, não estruturadas ou alicerçadas no conhecimento, as quais provocam quase sempre o caos e a desordem, se não buscam bons conselheiros. E, se os buscam, passam a ser orientados pela cabeça alheia, pois seus conselheiros é que conhecem os problemas e dispõem de bagagem cultural para implementar suas soluções.

O despreparado tende a ser despótico. No seu despreparo, não vê, nos adversários, pessoas com opiniões divergentes, mas, inimigos, pois não aceitam sua inferioridade intelectual. Muitas vezes, se gabam de seu valor, porque conseguiram ascender a postos elevados. Em parte, têm razão, porque conseguiram chegar ao poder, sem saber como; e, em parte, não, pois o seu despreparo tira-lhes o dom da ponderação e o pleno conhecimento dos fatos, acontecimentos e atos que envolvem o exercício do poder.

Pensam que, por serem despreparados, encarnam o espírito do povo, que, na maioria de seus integrantes, é também despreparado. Exercem, todavia, o poder com truculência, quando têm força.

O despreparado não gosta que lhe lancem no rosto o seu despreparo. Assim, quando isto ocorre, sua reação é quase sempre truculenta. É que, nas poucas oportunidades em que procura fazer uma auto-análise – alguns a fazem – percebe que, efetivamente, sua ignorância é enciclopédica”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sensacional!

IMPORTANTE

Senhor Jornalista, a imprensa deve atribuir responsabilidades às autoridades. Caso contrário, será apenas uma omissa medíocre exercendo a função de relações públicas daqueles que afundam o país. Pense nisso!