Responsabilidade na parte que nos cabe na construção do progresso do Brasil, independentemente de cor, credo, profissão e posicionamento político.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Coerência, senhores... Deputado Paulo Ramos quer homenagear o MST

Com o pretexto da reforma agrária, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) surgiu na década de 80. De inspiração desvirtuadamente marxista, muitas pessoas se reuniram em um sistema que, em tese, se propõe na organização e hierarquia. Oficialmente, o movimento está organizado em 23 Estados. Interlocutores tanto do governo quanto da oposição afirmam que o MST tem "tentáculos" em países vizinhos, como Paraguai, Argentina, Venezuela e Bolívia. Há suspeitas também de envolvimento do MST com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O MST e os guerrilheiros colombianos teriam desenvolvido uma rede comum de treinamento para seus integrantes - seus líderes negam.

Particularmente, não vejo como atingirem seus objetivos pelo modo que atuam. Invadem e destroem propriedades públicas e privadas pensando que sua luta se sobrepõe aos direitos e garantias da população. Agridem pessoas inocentes, intimidam, MATAM.


Os líderes do movimento são escolhidos de forma direta durante encontro nacional regularmente e sua cúpula é formada pela coordenação nacional que reúne mais de cem integrantes.

Um dos nomes de destaque é de João Pedro Stedile, cuja pessoa, até hoje não entendo a razão, foi convidada para ministrar uma palestra na Escola Superior de Guerra - ESG, destinada à diversas autoridades que se faziam presentes.

O inusitado convite causou desconforto e constrangimento desnecessários para os militares e segmentos da sociedade civil, da qual faço parte, pois, ao conrário daquele "camarada", estes defendem a manutenção da paz e da ordem, zelando, a todo custo, pela regular aplicação do ordenamento jurídico.


Para aqueles que não têm conhecimento dessa "turma" disponibilizo um singelo histórico, copiado do jornal Estado de São Paulo:



Mencionei tudo isso pelo fato de que, quando assistia à TV ALERJ, na semana passada, me deparei com uma tentativa absurda de homenagem àquele movimento que age à margem da lei. Lhes seria concedida a maior comenda do nosso Estado, a Medalha Tiradentes.

O deputado Paulo Ramos foi quem apresentou o PROJETO DE RESOLUÇÃO 762/2009, QUE CONCEDE A MEDALHA TIRADENTES E RESPECTIVO DIPLOMA AO MST-MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA, PELOS 25 ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS (DOERJ de 19/03/2009).




Admito que me causou espanto, se considerarmos que aquele parlamentar presta reiteradas homenagens às Forças Armadas e sempre está presente nas solenidades militares.

Como explica uma pessoa render homenagens a dois seguimentos cujos valores e noção de cidadania são tão distintos? Estaria o deputado acendendo uma vela para a Deus e outra para o diabo? Me parece, no mínimo, uma falta de coerência e falta de ética.

Por sorte, como de hábito, estava presente em Plenário o deputado Flávio, que de pronto se manifestou a respeito da proposta indecente do seu colega Paulo Ramos.
Para que o post não fique muito extenso, segue o link pelo qual se pode verificar, na íntegra, o teor do debate:

A homenagem não seria justa, nem tampouco coerente.

Pena que os argumentos trazidos pelos deputados Ramos e Freixo tenham sido tão pobres de conteúdo, limitando-se à questões que não diziam respeito ao caso e que somente buscavam constranger, na busca insistente pela aprovação do projeto, desconsiderando o número mínimo de votos necessários para aprovação.
Inadmissível verificar que deputado tão experiente, como Paulo Ramos, tenha a ousadia de comparar o Regime Militar com essa baderna que é o MST. Nós sabemos o que foi feito no Regime citado por Vossa Excelência, deputado, aquele "golpe de militares", tão frisado em sua argumentação. Mas e o senhor?
Os militares fizeram com que o país tivesse um desenvolvimento significativo, como não vemos desde a época. O Regime Militar, diferente dos demais governos que o sucederam, elevou o Brasil do 48.º lugar no ranking econômico das nações para o 8.º lugar, com as seguintes realizações:

Itaipu, a maior usina do mundo, além de Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá, São Simão, Emborcação, Volta Grande e outras; Ponte Rio Niterói; Aeroporto Tancredo Neves; Reorganização do Porto de Santos; Crescimento econômico de até 14% ao ano, sem desemprego, sem inflação, sem greves, sem paralisações; Criação de 13 milhões de empregos; quatro milhões de moradias; restabelecimento da autoridade, com repressão do crime organizado, inclusive de terroristas e de subversivos; Eletrobrás, Nuclebrás, Embratel, Telebrás, usinas nucleares; Banco Central; EMBRAER; estímulo às indústrias aeronáutica, naval e automobilística; Triplicação da produção de petróleo; Pró-Álcool; Rede asfáltica ampliada de 3 para 45.000 km; Código Tributário e de Mineração; Zona Franca de Manaus; Sistema Financeiro e Banco Nacional de Habitação; Ferrovia da Soja; Transamazônica; Frota mercante aumentada de um para quatro milhões de TWD; Corredores de exportação Vitória, Santos, Paranaguá e Rio Grande; Exportações de 1,3 para mais de 12 bilhões de dólares; Matrículas no ensino superior, de cem mil para 1,3 milhão; Estabelecimentos médicos, de 6 para 28 mil; Crédito educativo; Projeto Rondon; Mobral; CNPq; FINEP; CAPES; INPS; Dataprev; FUNABEM; INAMPS; Funrural (beneficiando 8 milhões de trabalhadores rurais); FGTS; PIS; PASEP; Embrapa; Distritos industriais em dezenas de cidades; Atração, implantação e apoio a dezenas de indústrias, como Fiat, Açominas, Cenibra, Helibrás, Valep, Acesira, Alcoa etc.
Não ser simpático aos militares, embora incompreensivo, ainda vai. Mas comparar o Regime com baderneiros inconsequentes, ou até mesmo a governos que terceirizaram o país inteiro, ou estiveram envolvidos em mensalões, bolsa isso, bolsa aquilo... Não dá! O Brasil nunca viu tanta corrupção em sua curta história.
A lei deve ser cumprida de maneira ampla e irrestrita, pois não há aplicação por conveniências ou acertos, a exemplo desse caso da votação da medalha. Se existe está errado.
O processo legislativo não deve ser levado às cambulhadas, deve ser sério! A ALERJ é um parlamento!

Quero deixar aqui registrada a minha decepção com o deputado Paulo Ramos e, principalmente, a minha indignação com o deputado Marcelo Freixo, que, ausente até então, se dirigiu ao Plenário, tão somente, para tentar intimidar o deputado Flávio Bolsonaro, que agiu corajosamente, de acordo com a sua consciência e de acordo com o que manda o Regimento Interno. Assim espera toda a sociedade brasileira, não apenas em relação a si, mas em relação a todos os 70 representantes.

Felicito o nobre deputado pela intervenção, estando certo de que tem o apoio de todos aqueles que pugnam por uma classe política mais coerente e transparente na aplicação das idéias que se dispõem a defender.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dr. João Henrique.
Assino embaixo suas colocações.
Gen Henrique.

IMPORTANTE

Senhor Jornalista, a imprensa deve atribuir responsabilidades às autoridades. Caso contrário, será apenas uma omissa medíocre exercendo a função de relações públicas daqueles que afundam o país. Pense nisso!